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Notícias / Arqueologia

Túmulo duplo do período otomano intriga arqueólogos no deserto de Israel

Sepultura incomum abriga restos de mulher e menino, desafiando tradição islâmica e revelando possíveis laços familiares emocionais

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 11/06/2025, às 16h30

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Túmulo duplo do período otomano encontrado em Israel - Reprodução/A. Shatil
Túmulo duplo do período otomano encontrado em Israel - Reprodução/A. Shatil

Uma descoberta arqueológica no deserto de Negev, em Israel, surpreendeu especialistas e levantou questionamentos sobre práticas funerárias durante o período otomano na região.

Escavações realizadas pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) revelaram um túmulo datado do século 19 que abriga não uma, mas duas pessoas — uma mulher de 30 a 50 anos e um menino de 10 a 15 anos, possivelmente seu filho.

A tradição islâmica, vigente na época sob o domínio do Império Otomano, determina que apenas um indivíduo deve ser enterrado por sepultura, salvo raras exceções motivadas por emergência ou guerra. No entanto, este túmulo duplo foge à regra.

Segundo os arqueólogos, o sepultamento original foi o da mulher; anos depois, o túmulo foi reaberto para receber os ossos do menino, o que indica um gesto de forte significado emocional por parte da família sobrevivente.

"Esse é o aspecto mais marcante da descoberta", afirmou Yossi Nagar, arqueólogo da IAA e autor principal do estudo publicado na revista 'Atiqot'. "A decisão de reunir mãe e filho na morte provavelmente reflete uma motivação sentimental, que se sobrepôs à tradição funerária formal da época".

Os ossos foram encontrados perto das ruínas de uma antiga mesquita, possivelmente do século 7, considerada uma das mais antigas de Israel — o que sugere que o local tinha valor espiritual para a comunidade beduína local. A cidade moderna de Rahat é habitada por descendentes de nômades árabes, os beduínos, cuja presença na região remonta à Idade do Ferro.

Apesar das análises cuidadosas dos ossos e dentes, que permitiram determinar idade e sexo dos indivíduos, o vínculo familiar entre os dois não pôde ser comprovado por DNA — a preservação genética em ambientes desérticos é notoriamente difícil. Ainda assim, os arqueólogos consideram provável que se tratasse de mãe e filho.

Importância

Uzi Baram, historiador do New College of Florida, que não participou da pesquisa, destacou a importância simbólica da descoberta: "É um raro vislumbre da vida íntima dos beduínos do Negev, um povo historicamente ausente dos registros escritos. Esse túmulo congelou no tempo uma expressão de afeto familiar que desafiou as normas religiosas e culturais".

Segundo o 'Live Science', o domínio otomano na região durou do século 16 até o fim da Primeira Guerra Mundial, quando o Império Britânico assumiu o controle. As escavações em Rahat vêm lançando nova luz sobre os modos de vida desse período, tradicionalmente pouco explorado pela arqueologia.