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Matérias / Pablo Escobar

Peter McAleese: O homem contratado para matar Pablo Escobar

Ordenados pelo Cartel de Cali, grupo de mercenários britânicos foi contratado com uma missão: matar Pablo Escobar

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
[email protected]

Publicado em 19/01/2025, às 14h00

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Peter McAleese (à esqu.) e Pablo Escobar (à dir.) - Wikimedia Commons
Peter McAleese (à esqu.) e Pablo Escobar (à dir.) - Wikimedia Commons

No final dos anos 1980, Pablo Escobar já chefiava o Cartel de Medellín, na Colômbia. Aquela altura, El Patrón, como era conhecido, já era o maior fabricante e distribuidor de cocaína do mundo. Acredita-se que ele mantinha cerca de 80% do comércio mundial da droga

Embora tivesse um grande poder, Pablo Escobar também tinha muitos inimigos. E, em 1989, um desses grupos rivais chegou a contratar uma equipe de mercenários britânicos para matar o chefe do cartel. 

O grupo era liderado pelo escocês Peter McAleese, ex-agente do SAS, um grupo de elite do Exército britânico. Detalhes da missão foram confidenciadas pelo próprio McAleese no documentário 'Killing Escobar' (Matando Escobar), lançado em 2021. 

Peter McAleese

Conforme mostrado pelo cineasta David Whitney, Peter McAleese nasceu em Glasgow, na Escócia, em meados de 1942. Peter foi descrito como um homem com uma grande "inquietude interior".

Peter McAleese - Two Rivers Media

Durante sua infância, repercute a BBC, McAleese foi criado no bairro de Riddrie, perto da prisão de Barlinie — mesmo local onde seu pai, um "homem muito duro e violento", ficou detido por alguns meses. 

Fui treinado pelo Exército para matar, mas o instinto de luta veio de Glasgow", diz Peter no documentário. 

Conforme ele mesmo conta, deixou a cidade quando tinha apenas 17 anos, no mesmo período em que se alistou no Exército. Seu ingresso nas Forças Armadas, aliás, serviu como uma forma dele canalizar sua agressividade. 

Peter se alistou para fazer parte do regimento de paraquedistas e prontamente se tornou parte do 22º regimento da SAS. Com o grupo, ele participou de missões na Ilha de Bornéu, onde enfrentou uma feroz guerra na selva. McAlesse deixou o Exército em 1969, naquela que ele considera 'a pior decisão da minha vida'. 

Deslocado, ou por diversos empregos, mas não se "encaixou" em nenhum deles. Para piorar, sentia cada vez mais aflorar sua agressividade. Em certo ponto, chegou a ser preso após agredir sua namorada. 

Missão: Matar Escobar

Em liberdade, decidiu buscar algo que fizesse lembrar seus tempos de Exército e decidiu seguir 'carreira' como mercenário na Guerra Civil de Angola. Ainda no continente, foi contratado para negócios na Rodésia (hoje Zimbábue) e África do Sul.

Foi em Angola, inclusive, que McAleese conheceu Dave Tomkins em 1976. O sujeito era conhecido por ser um exímio negociante de armas. Logo, eles se tornaram grandes amigos e foi o próprio Dave que lhe convidou para a missão de matar Pablo Escobar

A ação foi coordenada por Jorge Salcedo, membro do Cartel de Cali, rival de Pablo, que pediu para Tomkins recrutar uma equipe. Peter foi a primeira pessoa que veio a cabeça de Dave

Pablo Escobar, em 1983 - Getty Images

Não te pedem que assassine Pablo Escobar sem que você tenha a experiência necessária", diz McAleese no documentário. "Eu não tinha conflitos morais sobre matá-lo. Nunca enxerguei a missão como um assassinato, mas sim como um objetivo."

Para tal façanha, o Cartel de Cali planejava uma emboscada quando Escobar estivesse na famosa Fazenda Nápoles. Sendo assim, McAleese chegou a sobrevoá-la e fazer um reconhecimento da área. 

Para a ambiciosa missão, Dave recrutou 12 mercenários que eram de sua confiança. Salcedo ajudou o grupo a ar pela fronteira sem levantar maiores suspeitas. O Cartel de Cali financiaria a ação, pagando 5 mil dólares por mês para cada mercenário, mais o valor dos gastos. Mas Dave ou a cobrar mil dólares diários. 

Plano fracassado 

Killing Escobar mostra diversos vídeos gravados por Dave Tomkins dos bastidores da missão: como uma cena onde os mercenários aparecem segurando grandes maços de dinheiro. 

Em primeiro momento, o grupo ficou hospedado em Cali, mas pelo alto risco de chamarem a atenção, logo se mudaram para uma fazenda na zona rural; onde tiveram o às armas. "Era como se fosse Natal. Tudo o que precisávamos em termos de armamento estava ali", relembra McAleese.

Para o sucesso da missão, os mercenários tiveram um treinamento árduo. Além disso, antes de todos os detalhes serem ados e o grupo realmente se demonstrar confiável, apenas Tomkins e Peter sabiam qual era o verdadeiro objetivo. 

Antes de informarem o plano, um membro acabou desistindo e pôde voltar para casa. Posteriormente, ele vendeu sua história à imprensa, mas ocultou nomes e detalhes da operação. 

Grupo de Mercenários - Two Rivers Media

Conforme o grande dia se aproximava, os treinamentos ficaram mais intensos, com alguns ensaios sendo praticados na selva, onde era mais fácil usarem bombas e armas sem serem ouvidos. 

O plano final usaria dois helicópteros para translado, que levariam os mercenários até a Fazenda Nápoles. Por lá, eles abririam caminho entre os seguranças e matariam Escobar; trazendo sua cabeça como prêmio

No dia da operação, porém, o helicóptero que levava Peter McAleese e Dave Tomkins caiu enquanto voava em baixa altitude, sobre os Andes. O piloto morreu, mas os demais sobreviveram. Embora Peter tenha sofrido ferimentos graves e não conseguia sair do local. Com dores, ele ficou na montanha por três dias antes do resgate. 

Nesse meio tempo, os homens de Pablo ficaram sabendo do cerco e foram vasculhar o local em busca dos mercenários. "Se Pablo tivesse me capturado, eu teria uma morte lenta, prolongada e dolorosa".

McAleese, porém, acabou escapando com vida. Nas montanhas, fez uma promessa a Deus: a partir daquele momento, ele mudaria de vida caso sobrevivesse. "Tenho uma horrível quantidade de arrependimentos e nenhum deles tem a ver com a parte da minha vida como soldado", diz. 

Pablo Escobar acabou morto anos depois, após ser baleado em Medellín enquanto tenta fugir das autoridades policiais, em 1993, quando tinha 44 anos. Já Peter faleceu em março de 2024, aos 81.