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"Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol", nova série da Netflix, revisita as sete mortes por envenenamento com cápsulas de Tylenol
Em 1982, sete pessoas morreram subitamente na região de Chicago. O que parecia uma série de tragédias isoladas revelou uma ligação assustadora: todas haviam ingerido cápsulas de Tylenol contaminadas com cianeto.
A transformação de um medicamento comum em uma arma letal causou pânico por todo o país e deu início a uma das maiores investigações criminais da história dos Estados Unidos.
Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol, nova série documental da Netflix que estreia nesta segunda-feira, 26, revisita essa tragédia. Dividida em três episódios, a produção integra a franquia Caso Arquivado, iniciada em 2024 com o caso JonBenét Ramsey.
Confira, a seguir, 5 coisas para saber antes de assistir à produção.
No fim de setembro de 1982, sete pessoas morreram repentinamente em vários subúrbios de Chicago após ingerirem cápsulas de Tylenol Extra Forte adulteradas com cianeto de potássio, um veneno mortal.
A tragédia começou na manhã de 29 de setembro, quando Mary Kellerman, de 12 anos, tomou uma cápsula e morreu em poucos minutos. No mesmo dia, Adam Janus, carteiro de 27 anos, também sucumbiu ao veneno.
O horror se espalhou quando, na tentativa de consolar a família Janus, o irmão dele, Stanley, e sua esposa, Theresa, tomaram cápsulas do mesmo frasco e também morreram. Nos dias seguintes, outras três vítimas — Mary McFarland, 31, Paula Prince, 35, e Mary Lynn Reiner, 27 — sofreram o mesmo destino.
Todas as mortes foram causadas pelo envenenamento por cianeto, e todas as vítimas tinham algo em comum: tomaram cápsulas do mesmo lote de Tylenol.
Segundo reportagem da CNN de 2024, a primeira ligação entre o Tylenol e as mortes foi feita por Helen Jensen, enfermeira de saúde pública em Arlington Heights. Ao visitar a casa da família Janus, ela percebeu que seis cápsulas haviam sido retiradas de um mesmo frasco.
Mais tarde, as investigações confirmaram que alguém havia adulterado o conteúdo das cápsulas, substituindo o pó original por cianeto antes de recolocá-las nas prateleiras de farmácias e supermercados da região.
A adulteração foi feita após o medicamento ter saído da fábrica — um fato que chocou o país e gerou o primeiro recall em massa da história dos Estados Unidos: mais de 31 milhões de frascos foram recolhidos.
A Johnson & Johnson, dona da McNeil Consumer Products, fabricante do Tylenol, agiu rápido, oferecendo substituição dos produtos e lançando alertas em massa. Mesmo assim, o medo se espalhou, e o mercado do Tylenol despencou, de mais de 35% para menos de 8% de participação em semanas, informou o veículo PBS News.
James William Lewis se tornou o nome mais conhecido do caso. Ele enviou uma carta à Johnson & Johnson exigindo US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,6 milhões, na cotação atual) para parar os assassinatos, caracterizando-se como o assassino ou pelo menos um cúmplice.
Após uma longa perseguição, as autoridades concluíram que Lewis morava em Nova York e não tinha ligações comprovadas com os eventos em Chicago. Mesmo assim, ele foi acusado de extorsão e condenado a 20 anos de prisão, sendo liberado em 1995 após cumprir 13 anos.
Durante o período em que esteve preso, tentou ajudar as autoridades com teorias, mas nunca conseguiu apontar o verdadeiro culpado. Em uma entrevista à CNN em 1992, defendeu sua colaboração dizendo: “Se eu estivesse andando na rua e sua casa estivesse pegando fogo, não seria problema meu, mas eu pararia para ajudar.”
Outros suspeitos foram investigados, incluindo Roger Arnold e até Ted Kaczynski, o “Unabomber”, cujo DNA foi solicitado. Nenhuma prova sólida surgiu, e o caso permanece oficialmente não solucionado até hoje, quase 43 anos depois.
O impacto do caso foi enorme e direto nos Estados Unidos. “Antes de 1982, ninguém pensava duas vezes antes de abrir um frasco de analgésico”, afirmaram Yotam Guendelman e Ari Pines, que dirigem a série, ao site Tudum.
Hoje, cada lacre de segurança é um lembrete daquele momento sombrio — quando cápsulas envenenadas com cianeto transformaram um medicamento comum em arma de assassinato, mudando permanentemente a indústria de consumo”.
A Johnson & Johnson gastou mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 560 milhões, na cotação atual) para reverter o desastre, implementando embalagens invioláveis — com lacres de alumínio e invólucros resistentes — e lançando os “caplets”, comprimidos revestidos que não podiam ser facilmente adulterados como as cápsulas.
Essas medidas se tornaram padrão na indústria farmacêutica dos EUA e do mundo. Em 1983, o Congresso aprovou a “Lei Tylenol”, que tornou crime federal adulterar produtos de consumo, e em 1989 a istração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) instituiu regras rígidas para embalagens à prova de violação.
Países da Europa, América Latina e Ásia também começaram a revisar seus próprios padrões regulatórios, exigindo embalagens invioláveis para medicamentos, cosméticos e alimentos.
Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol apresenta entrevistas inéditas com pessoas próximas às vítimas, análises de evidências negligenciadas e teorias chocantes. "Durante mais de 40 anos, o caso foi analisado por um viés estreito, focado em uma única teoria, enquanto provas cruciais e pistas promissoras foram deixadas de lado. Talvez por isso, mesmo após tanto tempo, o crime ainda não tenha sido resolvido”, afirmaram Guendelman e Pines.
Em um trecho já divulgado, um paramédico que esteve na cena das mortes descreve o horror vivido e os sinais do envenenamento que am despercebidos em uma emergência comum. Além disso, a produção aborda o perfil psicológico de um dos suspeitos e apresenta uma colaboração inédita entre a polícia e uma empresa de biotecnologia que tenta usar tecnologia avançada para investigar o DNA coletado há décadas.
"Nós buscamos lançar um novo olhar sobre esse quebra-cabeça complexo e perturbador, iluminando aspectos esquecidos, depoimentos nunca ouvidos e contradições inquietantes. Nossa esperança é que, ao ampliar essa narrativa, possamos aproximar as famílias das vítimas das respostas que esperam há décadas”, concluiram.