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Matérias / Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol

Os Assassinatos do Tylenol: 5 coisas para saber antes de assistir à série da Netflix

"Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol", nova série da Netflix, revisita as sete mortes por envenenamento com cápsulas de Tylenol

Luiza Lopes Publicado em 25/05/2025, às 13h00 - Atualizado em 28/05/2025, às 18h48

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Atendente retira cápsulas de Tylenol das prateleiras em Nova York, EUA, em 30 de setembro de 1982 - Getty Images
Atendente retira cápsulas de Tylenol das prateleiras em Nova York, EUA, em 30 de setembro de 1982 - Getty Images

Em 1982, sete pessoas morreram subitamente na região de Chicago. O que parecia uma série de tragédias isoladas revelou uma ligação assustadora: todas haviam ingerido cápsulas de Tylenol contaminadas com cianeto.

A transformação de um medicamento comum em uma arma letal causou pânico por todo o país e deu início a uma das maiores investigações criminais da história dos Estados Unidos.

Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol, nova série documental da Netflix que estreia nesta segunda-feira, 26, revisita essa tragédia. Dividida em três episódios, a produção integra a franquia Caso Arquivado, iniciada em 2024 com o caso JonBenét Ramsey

Confira, a seguir, 5 coisas para saber antes de assistir à produção.

1. O crime e suas vítimas

No fim de setembro de 1982, sete pessoas morreram repentinamente em vários subúrbios de Chicago após ingerirem cápsulas de Tylenol Extra Forte adulteradas com cianeto de potássio, um veneno mortal

A tragédia começou na manhã de 29 de setembro, quando Mary Kellerman, de 12 anos, tomou uma cápsula e morreu em poucos minutos. No mesmo dia, Adam Janus, carteiro de 27 anos, também sucumbiu ao veneno.

O horror se espalhou quando, na tentativa de consolar a família Janus, o irmão dele, Stanley, e sua esposa, Theresa, tomaram cápsulas do mesmo frasco e também morreram. Nos dias seguintes, outras três vítimas — Mary McFarland, 31, Paula Prince, 35, e Mary Lynn Reiner, 27 — sofreram o mesmo destino.

Todas as mortes foram causadas pelo envenenamento por cianeto, e todas as vítimas tinham algo em comum: tomaram cápsulas do mesmo lote de Tylenol.


2. Cápsulas adulteradas

Segundo reportagem da CNN de 2024, a primeira ligação entre o Tylenol e as mortes foi feita por Helen Jensen, enfermeira de saúde pública em Arlington Heights. Ao visitar a casa da família Janus, ela percebeu que seis cápsulas haviam sido retiradas de um mesmo frasco.

Mais tarde, as investigações confirmaram que alguém havia adulterado o conteúdo das cápsulas, substituindo o pó original por cianeto antes de recolocá-las nas prateleiras de farmácias e supermercados da região.

A adulteração foi feita após o medicamento ter saído da fábrica — um fato que chocou o país e gerou o primeiro recall em massa da história dos Estados Unidos: mais de 31 milhões de frascos foram recolhidos.

A Johnson & Johnson, dona da McNeil Consumer Products, fabricante do Tylenol, agiu rápido, oferecendo substituição dos produtos e lançando alertas em massa. Mesmo assim, o medo se espalhou, e o mercado do Tylenol despencou, de mais de 35% para menos de 8% de participação em semanas, informou o veículo PBS News.


3. Mistério não resolvido

James William Lewis se tornou o nome mais conhecido do caso. Ele enviou uma carta à Johnson & Johnson exigindo US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,6 milhões, na cotação atual) para parar os assassinatos, caracterizando-se como o assassino ou pelo menos um cúmplice. 

Após uma longa perseguição, as autoridades concluíram que Lewis morava em Nova York e não tinha ligações comprovadas com os eventos em Chicago. Mesmo assim, ele foi acusado de extorsão e condenado a 20 anos de prisão, sendo liberado em 1995 após cumprir 13 anos. 

Durante o período em que esteve preso, tentou ajudar as autoridades com teorias, mas nunca conseguiu apontar o verdadeiro culpado. Em uma entrevista à CNN em 1992, defendeu sua colaboração dizendo: “Se eu estivesse andando na rua e sua casa estivesse pegando fogo, não seria problema meu, mas eu pararia para ajudar.” 

Outros suspeitos foram investigados, incluindo Roger Arnold e até Ted Kaczynski, o “Unabomber”, cujo DNA foi solicitado. Nenhuma prova sólida surgiu, e o caso permanece oficialmente não solucionado até hoje, quase 43 anos depois.


4. Mudanças

O impacto do caso foi enorme e direto nos Estados Unidos. “Antes de 1982, ninguém pensava duas vezes antes de abrir um frasco de analgésico”, afirmaram Yotam Guendelman e Ari Pines, que dirigem a série, ao site Tudum.

Hoje, cada lacre de segurança é um lembrete daquele momento sombrio — quando cápsulas envenenadas com cianeto transformaram um medicamento comum em arma de assassinato, mudando permanentemente a indústria de consumo”.

A Johnson & Johnson gastou mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 560 milhões, na cotação atual) para reverter o desastre, implementando embalagens invioláveis — com lacres de alumínio e invólucros resistentes — e lançando os “caplets”, comprimidos revestidos que não podiam ser facilmente adulterados como as cápsulas.

Essas medidas se tornaram padrão na indústria farmacêutica dos EUA e do mundo. Em 1983, o Congresso aprovou a “Lei Tylenol”, que tornou crime federal adulterar produtos de consumo, e em 1989 a istração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) instituiu regras rígidas para embalagens à prova de violação.

Países da Europa, América Latina e Ásia também começaram a revisar seus próprios padrões regulatórios, exigindo embalagens invioláveis para medicamentos, cosméticos e alimentos. 


5. O que a série traz de novo?

Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol apresenta entrevistas inéditas com pessoas próximas às vítimas, análises de evidências negligenciadas e teorias chocantes. "Durante mais de 40 anos, o caso foi analisado por um viés estreito, focado em uma única teoria, enquanto provas cruciais e pistas promissoras foram deixadas de lado. Talvez por isso, mesmo após tanto tempo, o crime ainda não tenha sido resolvido”, afirmaram Guendelman e Pines

Em um trecho já divulgado, um paramédico que esteve na cena das mortes descreve o horror vivido e os sinais do envenenamento que am despercebidos em uma emergência comum. Além disso, a produção aborda o perfil psicológico de um dos suspeitos e apresenta uma colaboração inédita entre a polícia e uma empresa de biotecnologia que tenta usar tecnologia avançada para investigar o DNA coletado há décadas.

"Nós buscamos lançar um novo olhar sobre esse quebra-cabeça complexo e perturbador, iluminando aspectos esquecidos, depoimentos nunca ouvidos e contradições inquietantes. Nossa esperança é que, ao ampliar essa narrativa, possamos aproximar as famílias das vítimas das respostas que esperam há décadas”, concluiram.