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Em 27 de março de 1977, na ilha de Tenerife, na Espanha, 583 morreram no que ficou marcado como o acidente aéreo mais letal da história da aviação
Publicado em 12/06/2025, às 18h00
Nesta quinta-feira, 12, o mundo se chocou com a notícia de que a Índia registrou um dos maiores acidentes aéreos de sua história: um Boeing 787-8 (também conhecido como Dreamliner), da Air India, caiu na cidade de Ahmedabad com mais de 240 pessoas a bordo, deixando somente dois sobreviventes, que se sabe até o momento; além de atingir um prédio usado como acomodação para médicos que trabalham em hospitais locais. Ao todo, estima-se que pelo menos 290 pessoas morreram.
Certamente, o número de vítimas na tragédia surpreende, sendo esse um motivo de lamentação em grande parte do mundo. Porém, mesmo que essa quantidade de mortes já seja surpreendente, ela ainda está longe de se comparar ao que é considerado o pior acidente da história da aviação.
Era 27 de março de 1977 quando aconteceu em Tenerife, a maior das ilhas Canárias espanholas, o que ficou conhecido como o Desastre de Tenerife. Na ocasião, dois Boeing 747 se chocaram ainda na pista do aeroporto, deixando um total de 583 mortos. Conheça mais sobre a tragédia:
Antes da tragédia em si, um fato relevante para a história é que, naquele mesmo dia 27 de março, uma bomba explodiu no aeroporto de Las Palmas, na ilha de Gran Canaria, no arquipélago espanhol. Esse episódio feriu oito pessoas, e a explosão foi atribuída a um grupo separatista das Ilhas Canárias. Por isso, o aeroporto de Las Palmas foi fechado, e todo o tráfego aéreo foi desviado para Tenerife.
Além disso, vale mencionar também que as duas aeronaves envolvidas no acidente eram as do voo KLM 4805, que partiu de Amsterdã, na Holanda, e o voo Pan Am 1736, que partiu de Los Angeles, nos Estados Unidos. Ambos os voos tinham como destino o aeroporto de Las Palmas.
Nesse cenário, estes e vários outros aviões precisaram se aglomerar de maneira improvisada nas pistas de manobra de Tenerife, aguardando até uma autorização para que pudessem ir até a ilha que tinham como destino. E foi conforme os voos foram liberados aos poucos, que ocorreu o acidente.
Como a pista de manobra do aeroporto de Tenerife foi bloqueada por conta da fila de aviões que acabou se formando, o avião da KLM foi autorizado a entrar na pista de decolagem e percorrer até o fim, onde conseguiria realizar uma manobra para partir em sentido oposto.
O avião da Pan Am, por sua vez, estava logo atrás dele, e deveria sair da pista principal no terceiro o para a pista de manobra, deixando assim um espaço livre para o outro. Porém, ele acabou errando a saída, dirigindo-se para o o de número quatro.
Ainda assim, a operação continuou e, quando o avião da KLM finalizou seu posicionamento na pista, aplicou potência nos motores, para iniciar a decolagem. Porém, naquele momento, uma neblina muito densa cobria a região, e eles não conseguiram ver que o avião da Pan Am ainda não tinha liberado o local por onde deveria ar.
Enquanto o KLM avançava, os comandantes do avião dos Estados Unidos conseguiram avistar suas luzes se aproximando, mesmo a algumas centenas de metros de distância. No entanto, mesmo que todos tenham se mobilizado, a colisão já era inevitável.
Segundo Alexandre Saconi, em reportagem para o UOL, os pilotos do avião holandês tentaram forçar a decolagem antes da hora, para não atingir o Pan Am, mas o avião ainda não tinha conseguido velocidade suficiente. Assim, seu nariz chegou a sair do chão, mas a cauda bateu na pista, e se chocou diretamente com o norte-americano.
No KLM 4805, havia 234 ageiros e 14 tripulantes a bordo; todos morreram. Já das 396 pessoas que estavam no Pan Am, incluindo ageiros e tripulantes, apenas 61 conseguiram sobreviver. Ao todo, o episódio vitimou 583 pessoas.
Embora todo o cenário fosse bastante adverso, com uma bomba inesperada em um aeroporto e muita neblina, a principal causa para o acidente foi uma série de erros de organização. Além disso, a falta de compreensão de expressões em inglês pelos tripulantes holandeses foi outro fator relevante, visto que os pilotos entenderam que estavam autorizados a decolar, sendo que, na verdade, ainda não estavam.
Com isso, os controladores sequer entenderam que os pilotos avisaram que estavam decolando, quando ainda deveria estar na posição de espera. Em resumo, a falta de um padrão na forma de se comunicar entre os pilotos, e uma sequência de mal-entendidos, resultaram na tragédia.
Por fim, a investigação oficial da tragédia, que foi realizada por autoridades espanholas, atribuiu a responsabilidade final do acidente à tripulação do KLM, devido ao início da decolagem sem autorização da torre de controle. Investigadores holandeses ainda chegaram a contestar a conclusão, publicando um relatório próprio — mas, no fim, isso já não importava mais, para as quase 600 vítimas.
Porém, algo que indiscutivelmente torna o acidente como um evento importante é que ele serviu como uma grande lição na época. Tanto que foi a partir desse momento que os aeroportos começaram a ter um controle melhor de operações em áreas com baixa visibilidade.
Além disso, organismos internacionais de aviação também colocaram uma ênfase maior na fluência do inglês de seus pilotos e operadores de tráfego aéreo, contando ainda com a restrição de algumas palavras que podem ter mais de um significado; e também ou a se adotar a prática de cotejamento — em que ambas as partes devem repetir as mensagens recebidas para confirmar que entenderam —, para evitar quaisquer ruídos.
O papel do comandante também foi revisto após isso, com copilotos e outros membros sendo encorajados a questionar seus superiores, de forma que as decisões na cabine assem a ser tomadas em conjunto.