A princesa Diana não tolerava qualquer distinção entre os filhos William e Harry e reagia com indignação sempre que percebia esse tipo de comportamento
Redação Publicado em 28/05/2025, às 13h15
Durante a infância dos príncipes William e Harry, funcionários da Casa Real Britânica frequentemente tratavam o primogênito com mais deferência — algo que incomodava profundamente a princesa Diana. Segundo relatos de pessoas que trabalhavam com a família na época, ela não tolerava qualquer distinção entre os filhos e reagia com indignação sempre que percebia esse tipo de comportamento.
Em declarações feitas no documentário The Palace: What the Royal Servants Saw, exibido pelo canal britânico Channel 5, Paul Burrell — mordomo pessoal da Princesa de Gales nos últimos anos de sua vida — contou como ela reagia a essas situações. “Como o herdeiro da dinastia Windsor, William sempre recebeu tratamento preferencial, para o descontentamento de Diana”, relatou.
Diana não aprovava e, se visse algum funcionário fazendo isso, ela ficava furiosa. Ela sempre dizia, para qualquer um que tivesse contato com William e Harry, inclusive seguranças e babás, que 'os meus dois filhos são iguais e vão ser tratados dessa forma'”.
Mesmo assim, segundo Burrell, o privilégio de William muitas vezes se impunha — algo que, segundo ele, não se restringe à realeza. “Existe um ponto nessa rivalidade de irmãos. Isso acontece em todas as famílias; os irmãos mais velhos têm prioridade antes dos mais novos. Mas, no caso deles, acontecia de William ser o herdeiro e de Harry ser o que 'sobra'”, destacou.
Ainda assim, Burrell insistiu que tanto Diana quanto Charles tentaram criar os dois filhos de forma igualitária: “Os meninos sempre foram tratados da mesma forma pelos pais, mas algumas pessoas esqueciam e pensavam que William era o mais importante”.
O biógrafo Andrew Morton, autor de Diana: Sua Verdadeira História, confirmou a visão afetuosa da princesa em relação aos dois filhos. Em entrevista à revista Newsweek, Morton comentou uma fala de Diana registrada nas fitas gravadas confidencialmente: ela se referia a Harry como uma “segurança” para William.
No entanto, segundo o autor, não era no sentido de substituto, e sim de e emocional. “Não era sobre ser um doador de órgãos, mas sobre ser um amigo, um apoio para o irmão”, explicou.
A distância entre os dois irmãos se tornou mais evidente com o ar dos anos. Harry, ao lado da esposa Meghan Markle, se afastou da Família Real e atualmente vive nos Estados Unidos. Segundo a imprensa britânica, ele não tem contato com William desde o funeral da avó, a rainha Elizabeth II, em 2022.
No livro de memórias Spare (“O Que Sobra”), lançado em 2023, Harry expôs com franqueza o desconforto de crescer à sombra do irmão mais velho.
“Dois anos mais velho que eu, Willy era o Herdeiro, enquanto eu era o Estepe. Eu era a sombra, como e, o plano B. Eu nasci para caso algo acontecesse com Willy... Se necessário, [eu daria] a ele uma peça sobressalente. Rim talvez. Transfusão de sangue. Parte da medula óssea. Isso ficou claro para mim desde o início da minha vida e foi regularmente reforçado”, escreveu.
