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Produzida pelo pintor neerlandês Frans Post, obra retrata Brasil na época da colônia holandesa, no atual território do Nordeste
Publicado em 10/06/2025, às 11h30
Uma obra de arte rara, assinada pelo pintor neerlandês Frans Post, foi arrematada recentemente em leilão pela quantia de US$ 7 milhões (cerca de R$ 39 milhões, na cotação atual), sendo este o valor mais alto já pago por uma tela do artista. Intitulada 'Vista de Olinda, Brasil, com ruínas da igreja dos Jesuítas', a tela retrata a paisagem da cidade pernambucana no século 17, quando era colonizada pelo Império Holandês.
Conforme repercute a Revista Galileu, Post nasceu em Haarlem, na Holanda, em 1612. Ele já era parte de uma família de artistas, de forma que, ainda jovem, foi incentivado a treinar sua pintura e a se especializar nisso.
Porém, sua carreira teve uma virada de chave quando, aos 24 anos, ele veio até o Brasil a convite do governador João Maurício de Nassau. Aqui, ele viveu na região nordeste, no chamado "Brasil Holandês", durante oito anos — mas essa estadia serviu como inspiração para toda a sua vida.
Isso porque, quando retornou à Europa, ficou especialmente requisitado por seus quadros ricos em detalhes das paisagens tropicais da América, que pôde retratar após o tempo que ou observando e retratando elementos de nossa fauna e flora.
Seu primeiro grande público eram antigos comerciantes e es coloniais, que ansiavam por uma lembrança de como era o Brasil — e, como Post já havia visto vários pontos turísticos e teve uma vivência considerável por aqui, era capaz de criar telas com precisão e detalhes reconhecíveis.
Em alguns anos, Post começou a se voltar mais para compradores que ainda não tinham visitado a colônia, mas que ainda alimentavam ideias exóticas sobre como era o Brasil. Com isso, o artista pôde tomar diversas liberdades criativas, retratando a região de maneira não tão fiel à sua paisagem nativa, mesclando diversos elementos ao mesmo tempo.
Após quase três décadas, o quadro recém-leiloado foi localizado em 1998 no sótão de um celeiro em Connecticut, nos Estados Unidos, e bastante sujo. Ainda assim, o casal Jordan e Thomas Saunders compraram-no pelo valor aproximado de US$ 2 milhões, com indicação do curador George Wachter.
"O quadro estava muito imundo e mal dava para enxergar o que estava sendo retratado ali. Mas senti que ele tinha muito potencial, por isso insisti para que Jordan e Thomas o comprassem", recorda Wachter, em vídeo à Sotheby's, responsável pelo leilão. "Em seguida, procuramos uma conservadora de Nova York para realizar a restauração do objeto".
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Foi a conservadora Nancy Krieg que, com solventes químicos e cotonetes macios, conseguiu remover a sujeira da tela, revelando melhor, pouco a pouco, as ruínas de uma igreja, homens e mulheres escravizados carregando cestos e até um conjunto de animais, incluindo duas espécies tipicamente brasileiras: um tamanduá e um tatu.
Dessa forma, nota-se que a obra é um exemplo de fase em que Post tomava certas liberdades criativas, se baseando em suas memórias, mas misturando diferentes cenas e elementos que, dificilmente, estariam realmente reunidos. Além dos já mencionados, também há uma diversidade de animais e plantas exóticas, um grande lagarto, um pássaro branco e um pé de abacaxi.
No centro inferior, podem ser vistos homens e mulheres escravizados carregando cestos por um campo, enquanto outro grupo de pessoas caminha em direção às ruínas, localizadas à direita. Essas ruínas, por sua vez, são identificadas como a igreja jesuíta de Nossa Senhora das Graças, em Olinda.
Todas essas formações, posicionadas em frente ao Rio Beberibe e sob um céu azul, representam "quase mais um capricho, uma paisagem imaginada, do que uma topografia precisa", segundo a especialista em pintores antigos da Sotheby's, Daria Foner. "Mas acho que isso a torna ainda mais evocativa".