Matéria do g1 apurou que várias declarações de Laysa Peixoto, que anunciou ser a "primeira mulher brasileira no espaço", são falsas ou inconsistentes
Redação Publicado em 11/06/2025, às 12h04
Laysa Peixoto, de 22 anos, moradora de Contagem (MG), viralizou nas redes sociais ao anunciar que “será a primeira mulher brasileira a ir ao espaço”. Em publicação no Instagram, ela afirma que participará de um voo espacial em 2029, promovido pela empresa Titans Space, sendo "oficialmente astronauta da turma de 2025".
Em 2022, Laysa já havia alegado ter concluído um treinamento de astronauta pela NASA, ser estudante de Física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e estar cursando mestrado em Aplicação de Computação e Física Quântica na Universidade Columbia, em Nova York (EUA).
Ela chegou a aparecer na lista Forbes Under 30, na categoria Ciência e Educação, que destaca jovens empreendedores e estudantes com menos de 30 anos que causaram impacto significativo. No entanto, uma reportagem do g1 publicada nesta quarta-feira, 11, revelou que várias dessas informações são falsas ou apresentam inconsistências.
A NASA negou que Laysa tenha feito parte de qualquer treinamento de astronauta ligado à agência. Segundo os critérios oficiais, o processo de formação exige título de mestre em áreas de ciência ou tecnologia, ao menos dois anos de experiência prática e 1.000 horas de voo como piloto — requisitos que a mineira não comprovou.
A página [de Laysa] diz que ela é uma astronauta em treinamento, o que podemos afirmar que não é verdade. Há apenas 10 candidatos a astronauta, e ela não é um deles", disse agência espacial norte-americana em nota enviada ao g1.
A UFMG informou que a jovem foi desligada da universidade após não se matricular no segundo semestre de 2023 do curso de Física, enquanto a Universidade Columbia declarou não ter encontrado nenhum registro de matrícula em nome dela.
Já a Titans Space confirmou ao g1 que Laysa foi selecionada para uma missão espacial, mas seu nome não aparece na equipe técnica anunciada para o voo de 2029. A empresa, que oferece viagens para turistas espaciais a partir de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões), não tem licença para voos espaciais concedida pela FAA (istração Federal de Aviação dos EUA), órgão que regula o setor.
Além disso, em 2022, Laysa chegou a enviar ao g1 uma foto com um capacete exibindo a logo da NASA. A mesma imagem, publicada em seu perfil no Instagram, aparece sem a logomarca, o que indica manipulação digital.
Procurada pelo portal de notícias, a mineira respondeu por mensagem privada no Instagram em 6 de junho, informando que esclarecimentos seriam dados exclusivamente por sua assessoria de imprensa. Em 10 de junho, a equipe de Laysa informou, por WhatsApp, que ainda está reunindo informações e que divulgará um posicionamento em breve.
