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Notícias / Arqueologia

Gêmeos enterrados há 2 mil anos podem ter morrido de envenenamento por chumbo

Estudo revela sepultamento raro de gêmeos fraternos no período romano e sugere que contaminação ambiental pode ter causado sua morte precoce

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 27/05/2025, às 16h50

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Ilustração do enterro dos gêmeos - Reprodução/M. Daniel Watkins
Ilustração do enterro dos gêmeos - Reprodução/M. Daniel Watkins

Há quase dois milênios, dois bebês — um menino e uma menina — foram cuidadosamente enterrados um de frente para o outro em um cemitério romano no que hoje é a Croácia.

Agora, pesquisadores acreditam que os gêmeos fraternos, nascidos mortos ou falecidos com apenas dois meses de vida, podem ter sido vítimas de envenenamento por chumbo, uma prática comum, embora tóxica, no cotidiano do Império Romano.

O estudo, publicado no Journal of Archaeological Science: Reports, descreve a descoberta como o primeiro caso confirmado por DNA de gêmeos fraternos do período romano na Croácia. Os corpos foram encontrados no Cemitério de Dragulin, em Trogir — antiga Tragúrio —, um local que só foi revelado em 2016 durante a construção de um estacionamento.

"É um dos poucos sepultamentos duplos conhecidos na Croácia e o único de indivíduos tão jovens neste cemitério", afirmou a autora principal, Anna Osterholtz, bioarqueóloga da Universidade Estadual do Mississippi, ao Live Science.

As análises revelaram que os bebês apresentavam sinais de doenças metabólicas crônicas, como escorbuto ou raquitismo, geralmente causadas por deficiência de nutrientes. A saúde debilitada dos gêmeos pode ter refletido diretamente o estado nutricional da mãe, cuja alimentação era a única fonte de nutrientes dos bebês, seja pela placenta durante a gestação ou pelo leite materno após o parto.

Possibilidade

Mas os pesquisadores também apontam para um possível culpado invisível: o chumbo. Na Roma antiga, o metal era amplamente utilizado em utensílios domésticos, encanamentos e até como adoçante em vinhos. Seus efeitos tóxicos — que incluem comprometimento ósseo, neurológico e metabólico — podem ter sido ados da mãe para os bebês, tanto no útero quanto pela amamentação.

A professora de patologia Amy Pyle-Eilola, que não participou da pesquisa, destaca que "existe uma correlação conhecida entre níveis elevados de chumbo no sangue e doenças ósseas metabólicas em crianças".

Embora os restos mortais dos gêmeos ainda não tenham sido testados diretamente para chumbo, outras descobertas na região de Tragúrio indicam níveis elevados da substância em dentes de crianças da mesma época.

Segundo o 'Live Science', a posição dos corpos na sepultura e o cuidado evidente com o enterro sugerem que os gêmeos tinham grande importância afetiva para a família, apesar da breve vida que tiveram. O estudo traz não apenas um olhar sensível sobre a infância na Antiguidade, mas também alerta para os perigos da contaminação ambiental.