Descoberta "bastante enigmática", enorme escultura de pedra foi encontrada quebrada, e pode revelar mais sobre ado helenístico da região
Publicado em 15/05/2025, às 11h20 - Atualizado em 17/05/2025, às 13h29
Durante escavações na antiga cidade de Nínive, onde fica o atual Iraque, arqueólogos encontraram uma rara escultura em pedra representando o último governante do Império Assírio, Assurbanipal, cercado por deuses importantes. A escultura foi feita no século 7 a.C., mas foi misteriosamente quebrada e enterrada sob a sala do trono do palácio, séculos depois.
Quem descobriu a pedra foi o professor de arqueologia da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, Aaron Schmitt. Conforme ele explicou ao Live Science por e-mail, ainda "não temos informações sobre os motivos que levaram ao enterro do relevo. Isso é bastante enigmático".
A descoberta ocorreu durante escavações sob o antigo palácio do rei Assurbanipal. Nínive, vale mencionar, era capital do Império Assírio; mas apesar do local de importância, curiosamente a peça monumental, esculpida em relevo em pedra, foi quebrada em vários fragmentos antes de ser enterrada.
A enorme laje de pedra mede 5,5 metros por 3 metros, e estima-se que pese cerca de 12 toneladas. Os pesquisadores ainda não analisaram a rocha, mas Schmitt acredita que pode ser gesso.
No centro da peça, conforme repercute o Live Science, está representado o próprio rei Assurbanipal, que governou entre 669 a.C. e 631 a.C., até uma aliança entre babilônios e medos tomar Nínive. Ele é ladeado pelos deuses mesopotâmicos Ashur e Ishtar, seguidos por uma divindade-peixe e um homem-escorpião.
A inclusão dos deuses, por sua vez, foi uma surpresa para os arqueólogos, visto que, conforme explica Schmitt em declaração, "entre as muitas imagens em relevo de palácios assírios que conhecemos, não há representações de divindades importantes".
Segundo a declaração, os arqueólogos encontraram a escultura em um poço preenchido atrás da entrada principal da sala do trono do palácio. Eles acreditam que a peça foi enterrada ali propositalmente, durante o período helenístico da região, entre os séculos 3 a.C. e 2 a.C..
No entanto, os arqueólogos ainda têm poucas informações sobre o assentamento helenístico estabelecido em Nínive. "Não sabemos se eles tinham uma atitude negativa em relação ao rei e aos deuses assírios. Espero que consigamos obter uma imagem mais clara em nossas futuras escavações", afirma Schmitt.
Agora, a escultura em relevo será estudada mais detalhadamente, e os pesquisadores esperam devolvê-la, eventualmente, em seu local original, e abri-lo ao público.
